Sara*, 36 anos, mãe de quatro filhos e ex-engenheira mecatrônica que já dirigiu um próspero negócio ensinando crianças, enfrentou mudanças drásticas desde o início da guerra. Desde então, vivendo em abrigos temporários e lutando com as necessidades básicas, ela contou a dura transformação de uma vida cheia de rotina e conforto para uma vida de sobrevivência e incerteza.
“Antes da guerra começar, a nossa vida era boa. Meu marido e eu trabalhávamos em empregos que gostávamos, morávamos em uma bela casa e nossos quatro filhos gostávamos de ir à escola e brincar com os amigos à tarde”, disse ela.
A guerra não só demoliu a sua casa, mas também destruiu o sentido de normalidade e segurança da sua família.
“Quando tivemos que fugir de Rafah, foi a quarta vez que tivemos que fazer as malas e partir desde o início da guerra”, disse ela, descrevendo o pânico e o medo que acompanharam cada deslocamento.
A viagem para um local seguro foi perigosa, marcada por atrasos e pela sempre presente ameaça de violência, que os deixou incertos quanto à sobrevivência.
Desde o início do conflito em Gaza, em 7 de Outubro, mais de 36,100 pessoas foram mortas, 70 por cento das quais são mulheres e crianças. Pelo menos 81,150 pessoas ficaram feridas e mais de 10,000 pessoas estão desaparecidas.
Outrora um local de refúgio, Rafah rapidamente se transformou em outro capítulo de dificuldades.
“Em Rafah, não encontramos lugar para ficar na primeira noite em que chegamos. Mudamo-nos para uma tenda com pessoas que conhecíamos de Rafah”, disse Sara.
A transição para viver em tendas introduziu novos desafios, desde a exposição ambiental aos riscos para a saúde, agravados pelos problemas respiratórios pré-existentes de Sara.