O condado de Mandera é uma região árida no nordeste do Quênia, na fronteira com a Etiópia e a Somália, onde os moradores lutam regularmente contra os efeitos da seca, sobrepastoreio e COVID-19, bem como uma espécie de planta invasora onipresente.
Como esses e outros desafios dificultam a subsistência pastoral e agrícola, uma parceria regional entre a CARE, a World Vision e o Conselho Dinamarquês para Refugiados ajudou as pessoas a encontrar soluções. Financiado pelo Fundo Fiduciário da União Europeia para a África, o projeto Construindo Oportunidades para Resiliência no Chifre da África (BORESHA) busca fortalecer os mercados e o comércio, desenvolver habilidades de negócios e melhorar a gestão de recursos naturais.
Algumas dessas soluções incluem poços movidos a energia solar e bombas de água, pastagem controlada, transmissões de rádio informativas, suprimentos de higiene e até apicultura.
'Mathenge' – fábrica passa de aborrecimento a ativo
Prosopis juliflora, chamado de “Mathenge” pelos locais, foi importado da América do Sul na década de 1970 com a melhor das intenções. Esperava-se que a planta ajudasse na produção de mel, fornecesse sombra, servisse como blusão, fornecesse lenha e materiais de construção. Em vez disso, o arbusto espinhoso – que requer pouca água – assumiu o controle, trazendo consequências não intencionais.
Os espinhos picam os cascos de vacas e burros, e quando as vagens verdes da planta são comidas cruas, pode ser fatal para o gado. Também consumiu terras agrícolas.
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Muitos experimentaram os danos de Mathenge em primeira mão, tendo perdido animais de fazenda para a planta. Nesta região árida, onde 72% das pessoas sobrevivem da criação de gado, qualquer perda de gado tem um grande impacto nas famílias.
Mathenge também não pode ser facilmente eliminado, então a CARE e seus parceiros começaram a encontrar maneiras de usá-lo, transformando-o em combustível para cozinhar e ração animal.
"De prosopis arbusto, recolhíamos as vagens, secava-as e triturávamos junto com a grama no moedor, misturávamos a mistura com água e depois passávamos a fazer ração que pode ser armazenada e dada aos animais”, conta Mohamed Sheihk Hosman. “Como o arbusto Mathenge sobrevive mesmo durante a seca, isso garante que o gado fraco, frágil e produtor de leite não precise percorrer longas distâncias para pastar.”