Khadija é uma mãe de três filhos na Somália que, como muitos, está presa em um ciclo implacável de seca e fome. À medida que a seca severa continua, o gado está morrendo, as escolas estão fechando e as famílias estão sendo empurradas para o limite. “Não consigo colocar comida na mesa para meus filhos”, diz Khadija. “Alguns dias comemos, outros não.”
A história dela é uma entre muitas.
A pesquisa da CARE mostra que, quando desastres climáticos acontecem, são as mulheres que sofrem o impacto.
De acordo com as Nações Unidas, as mulheres trabalham em média 55 minutos extras por semana apenas para manter suas famílias à tona durante crises climáticas. Em muitos casos, esse fardo é agravado pelo trabalho de cuidado não remunerado que recai desproporcionalmente sobre as mulheres.
As crianças também são forçadas a trabalhar mais nessas condições terríveis, acrescentando mais 49 minutos ao seu trabalho semanal — um número invisível, mas devastador.
As inundações, por exemplo, aumentam a diferença de renda entre ricos e pobres em US$ 21 bilhões a cada ano. Estima-se que o estresse por calor e outros impactos relacionados ao clima custem às mulheres US$ 53 bilhões anualmente. Esses números impressionantes mostram o verdadeiro custo da desigualdade na crise climática.
A própria pesquisa da CARE mostra que eventos climáticos extremos impactam a segurança alimentar das pessoas por até cinco anos. As mulheres estão mais preocupadas do que os homens com as mudanças climáticas e sofrem mais insegurança alimentar do que os homens. Isso ocorre porque os sistemas não são projetados com a contribuição das mulheres ou para atender às necessidades das mulheres.
Apesar de serem as mais afetadas pelas mudanças climáticas, as mulheres continuam cronicamente sub-representadas no planejamento de desastres e têm muito menos probabilidade do que os homens de serem questionadas sobre suas necessidades.
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