Eventualmente, Marisol começou a viajar com um jovem que conheceu no caminho. Arranjos informais como este são uma forma comum de os migrantes se unirem por segurança. Logo a dupla entrou em Darien Gap, uma ponte terrestre de 60 quilômetros de extensão que atravessa o Panamá, conectando a América do Norte e do Sul.
De acordo com a Human Rights Watch, “a Fenda de Darien é uma das rotas de migração mais traiçoeiras do mundo, agravada ainda mais pela escassez de ajuda governamental e humanitária na selva”.
Foi aqui que Marisol enfrentou outra escolha. Uma noite, em Darien Gap, seu companheiro de viagem queria seguir em frente depois do pôr do sol. Marisol tinha medo de cair no escuro e se machucar, mas também tinha medo de ficar sozinha. Eles continuaram andando. Marisol escorregou e caiu, machucando a perna. Na época, ela não percebeu a extensão dos danos. Ela continuou, alimentada pela adrenalina que logo diminuiu.
“Quando nos levantamos, meu pé estava extremamente inchado e tudo estava roxo muito escuro”, disse ela. “Continuei minha jornada, então caminhei oito horas fraturado porque meu medo era ficar ali, naquela selva. Meu medo era não conseguir avançar mais.”
“Eu não sabia o que aconteceria comigo se eu ficasse lá. Chegou um momento em que não consegui segurar mais o pé, não aguentei mais a dor e deitei em uma pedra.”